Segundo o Ministério Público
do Trabalho (MPT), a região Sudeste apresenta 90% dos casos de acidentes de
trabalho no país, porém apenas 50% são devidamente registrados pelas
empresas/funcionários, através da abertura da Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT), o que pode agravar ainda mais a situação. A construção civil é o setor com maior índice
de acidentes. No ranking de lesões, as quedas e ferimentos nos membros
superiores (mãos) são os mais frequentes entre os trabalhadores. Já nos casos
de óbitos, os registros mostram quedas de grandes alturas e eletricidade como
principais motivos.
Para o Tecnólogo em Segurança
do Trabalho e especialista em Prevenção e Controle Riscos Antonio Carlos Alves,
a falta de investimento em prevenção é o maior obstáculo para reduzir os
acidentes de trabalho, no Brasil. Embora não seja barato investir em máquinas
apropriadas e bons equipamentos de proteção, o custo compensa não só por
motivos econômicos, mas, sobretudo humanos. A reparação dos danos ao acidentado
é mais onerosa ao país do que o custo da prevenção.
Os programas comportamentais
desenvolvidos pelas empresas devem começar da alta direção até o chão de
fábrica. “Se não houver comprometimento, não há resultados”, alerta.
Os acidentes são
caracterizados em dois tipos: atos inseguros, causados por ações inadequadas do
próprio funcionário, e condições inseguras, quando ocorrem por falta de segurança
apropriada no local. Geralmente, o acidente acontece em atos rápidos que são
realizados cotidianamente. Além dos danos ligados diretamente ao trabalho,
estas ocorrências podem causar complicações na vida pessoal do colaborador.
“Quando o trabalhador fica afastado, ele não recebe o salário integral e isso
causa uma redução do poder aquisitivo familiar, desgaste nas idas ao médico e
realização de exames e danos emocionais”, ressalta o profissional.
Carlos também destaca que as
empresas devem cumprir e fazer cumprir a legislação vigente. Ao governo cabe
fiscalizar e criar leis e campanhas de conscientização. Já os funcionários
devem cumprir as regras, visto que são os maiores beneficiados. Por fim, a
sociedade também pode ajudar ao se conscientizar e fiscalizar os órgãos
governamentais. Fonte: Prevenção em Foco